12/06/2015

you-know-who

sono.
o verde da vida esgota-se, esgotas-te com ele e esvais-te lentamente no ser ou no nada. uma escolha, nenhuma opção. o nunca saber o que se escolhe e o escolher errado, lado a lado, nada mais. o ir-se perdendo no sono e o ser levado pelo sono, quase indiferentes, com a sua diferença abismal. mas hoje não é o dia, nunca é o dia, até que chegue o dia em que todos foram...
sonho.
se preto e branco se juntassem tão bem não dariam cinzento, dariam o teu cabelo, os teus olhos, a tua pele. eu faria os lábios, eu faria tudo o resto, eu faria o que fosse preciso, só precisavas de mim. desde que visse esse branco e preto, mas de cinza se torna a mistura, de cinza fico eu e em cinzas fica tudo o resto. afinal o necessário era algo, não o eu, nunca.
insónia.
como sou capaz de ver o mundo se nem a mim me vejo? o sol brilha mas lá está a lua, ditando a minha maré e fazendo a minha infeliz vespertina durar. o que dura o sofrimento, o que dura a espera, que dura espera. mas de dureza se fez tudo e de duro sou feito. se duro neste mundo que duro seja o tormento, que me afaste da facilidade e que me ensine a durar.
sonolência.
e sou visto como um nada, e sou visto como um todo. de nada me encontro e de todo me sofro. empurro o eu e volto à mesma maneira de ser de sempre - o existir de não existir, o fugir de não fugir. o que achas que espero? espero o teu preto e branco de novo, espero pela luz que te crie à minha frente - e finalmente percebo... não fui capaz de te criar, só em pensamento. tão triste o sofrimento...
vivo.

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