16/01/2015

o super-eu ou um distúrbio de personalidade depressivo

há dias que não são dias.
há meses que não são meses.
há anos que não são anos.
há vidas que não são vidas. (?)

se eu aprendesse realmente não seria quem sou, não estaria como estou porque, na verdade, o aprender é o modificar de paradigmas ou a criação de novos. como me posso reger pelos velhos aprendendo os novos? ou não aprendo ou sou caso único, mas isso não é o interessante.

quando vives preso a ti próprio crias-te a um de três níveis: ou és melhor, ou és mero, ou és a razia ou resto (dependendo das vontades) e, infelizmente, a terceira acerta sempre melhor e reconforta-se no peito com vontade de o desfazer - e desfaz mesmo.

a escória do mundo é a vagabundagem? às vezes não. a escória do mundo é, simplesmente, quem a escolhe ser e quem se deixa ser tal, não pelos outros mas por si próprio e, o mais certo é que, quem o deixa acontecer, poderá não aparentar ser escória alguma mas será certamente um despedaçado de interioridade, de personalidade, do seu eu. tudo isto para quê? para dar importância ao que s acha desse eu - não do próprio eu, mas sim dos outros que o circulam.

isto chama-se


depressão.

não é pelos anos perdidos, é pela vida perdida e pela força que cai por terra e se torna em desapontamento interior, em querer fazer, mudar, tentar, gritar e não arranjar a força para tal. é querer mostrar e não ter ferramentas para isso. é querer tudo e não ser nada.

mas a questão complica-se quando se pergunta 'quem sou eu? o de outrora ou este? quais são as qualidades que tenho? e os defeitos? como me olham? como me olho? será que me sinto? o que sinto? sinto? sou? eu? quem?'

e passam dias.
há dias que não são dias.
há meses que não são meses.
há anos que não são anos.
há vidas que não devem ser vidas.

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